sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Christiane F.


Vera Christiane Felscherinow mais conhecida como Christiane F., (Hamburgo, 20 de maio de 1962), é uma ex-viciada em heroína alemã, que se tornou célebre por contribuir para o livro autobiográfico Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, publicado e editado pela revista alemã Stern em 1978 e que descreve sua luta contra o vício durante a adolescência.

Mudou-se para Berlim em 1968 com os pais e com a irmã mais nova. Morou primeiramente no distrito municipal de Kreuzberg, depois no distrito municipal de Neukölln. Mas foi no bairro de Groppiusstadt, onde Christiane começou a envolver-se com as drogas ao freqüentar o Grupo de Jovens. Em 1974, aos 12 anos de idade, começou a fumar cannabis e consumir medicamentos como Valium, Mandrix e LSD.

Em 1975, aos 13 anos, Christiane começou a freqüentar o Sound, a discoteca mais badalada na época em Berlim. Alí conheceu Detlef (seu futuro namorado) além de Axel, Babsi, Atze, Zombie e Stella, entre outros.
Uma nova droga começava a circular na cena em Berlim. Era a heroína, ou simplesmente "H", como era mais conhecida. Apesar de temida pelo seu alto poder de viciar e por representar alto risco de morte, todos os amigos de Christiane acabaram viciando-se com heroína, inclusive Detlef.

Christiane inalou heroína pela primeira vez após assistir a um show de David Bowie. Tempos depois, numa casa de banho pública na Estação Berlin Zoologischer Garten, injetou a droga pela primeira vez. A partir daí Christiane afundaria cada vez mais no vício.

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À medida que o vício avançava, Christiane aos 14 anos, como todos os seus amigos, começou a se prostituir na Estação Zoo para comprar heroína. A própria Christiane relata que no início, escolhia os clientes com quem faria programa e que se limitava a masturbá-los ou praticar sexo oral. Mas com a necessidade de "se picar" três vezes ao dia, Christiane passou a aceitar qualquer cliente que se apresentasse (inclusive estrangeiros) e a praticar sexo dentro de carros. Os tempos de prostituição duraram de 1976 a 1977, quando foi presa e acusada de tráfico e consumo de drogas.
Durante seu julgamento num tribunal de infância e juventude, os jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck ficaram fascinados com seu depoimento sobre o vício e propuseram a ela uma entrevista que acabou se estendendo por meses e deu base para o famoso livro Wir Kinder vom Bahnhof Zoo. O livro foi sucesso mundial sendo lançado em vários países, inclusive no Brasil com o titulo Eu, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída e Portugal (Os Filhos da Droga). Com o sucesso do livro, Christiane ficou mundialmente famosa e até passou um tempo "limpa", garantindo estar livre das drogas. Mas em 1983, a polícia a prendeu no apartamento de um traficante em Berlim. Nesta época concedeu uma entrevista à revista alemã Stern, confessando que nunca havia realmente largado a heroína. Esta entrevista foi publicada no Brasil pela extinta revista Manchete em 1984.
A maioria dos amigos de Christiane morreu vítima da heroína, entre eles sua amiga Babsi com 14 anos, além de Andreas W. (Atze) e Axel, ambos com 17.

Christiane sobreviveu, mas nunca conseguiu se livrar do vício. Aos 45 anos, tomava vários medicamentos, passava regularmente por sessões de hemodiálise e consumia maconha.

Tem hepatite C (doença incurável) e problemas circulatórios. Os médicos, além de afirmarem que, devido aos seus problemas circulatórios, ela pode ter uma crise a qualquer momento, dizem também que seu estado é irreversível. Em dezembro de 2005, o serviço público de saúde alemão registrou duas internações da paciente.

Christiane passou um período morando num apartamento simples em Berlim com dois tios e com o filho, Jan-Niklas.

Detlef também sobreviveu e trabalha como motorista de ônibus em Berlim. Mora com sua esposa e dois filhos e garante que se livrou das drogas em 1980.

Actualmente

Aos 46 anos de idade voltou a tomar drogas duras.

O filho vive actualmente numa instituição para menores nas redondezas de Berlim, e os avós deverão ajudar a decidir onde será a sua futura morada.

O novo drama de Christiane terá começado no início de 2008, quando ela e o namorado decidiram emigrar para a Holanda, levando a criança. Ao ter conhecimento do plano, a justiça alemã tomou a criança da mãe, com a ajuda da polícia. Pouco tempo depois, ela sequestrou o próprio filho e fugiu para Amesterdão. Na capital holandesa, Christiane terá voltado a consumir heroína.

Após uma zanga com o namorado, Christiane regressou no final de Junho de 2008 à Alemanha, quando seu filho foi retirado de sua guarda pelas autoridades alemãs

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